Carta da Arquiduquesa Leopoldina (26 de novembro de 1808) #002
Carta escrita pela arquiduquesa Leopoldina enviada a seu pai, o Imperador Francisco I da Áustria. Quando escreveu essa carta em 1808, a pequena arquiduquesa contava com 11 anos de idade.
Leopoldina e seus 8 irmãos, Maria Luísa, Fernando, Francisco, Maria Clementina, José Francisco, Maria Carolina, Francisco Carlos e Maria Ana haviam ficado órfãos de mãe em abril de 1807, pois a Imperatriz Maria Teresa de Nápoles e Sicília havia falecido em decorrência do malsucedido parto de sua última criança.
Logo, o Imperador casou-se novamente com sua prima distante chamada Maria Ludovica que era uma moça muito gentil e adorável. Ela conseguiu conquistar seus enteados com todo amor e carinho.
Na carta que iremos ler, Leopoldina demonstrava estar muito preocupada com sua madrasta, a Imperatriz Maria Ludovica de Áustria-Este, a qual chamava de mamãe. A pequena arquiduquesa dizia que estava feliz em saber que sua madrasta havia melhorado e que queria reencontrar seu pai e sua boadrasta o mais breve possível. Observe:
Viena, 26 de novembro de 1808
Querido papai!
Posso adivinhar, pelo próprio sentimento, que angústia o senhor deve ter sentido quando a querida mamãe adoeceu de repente. Graças a Deus já está curada, como fiquei sabendo pelas cartas à Maria e pela última ao irmão Ferdinando. Meu coração infantil se alegrará quando o senhor chegar aqui na quinta-feira; então ficarei tranquila, pois tenho que lhe confessar, querido papai, minhas preocupações constantes de que seu retorno demore mais ainda, o que me magoaria muito, pois nada mais desejo do que ter o senhor aqui conosco. Eu o amo de todo o coração. Seria uma filha muito ingrata se não amasse pais tão bons, que demonstram tanta bondade e cuidado comigo! Com certeza hei de me esforçar para demonstrar isso com bom comportamento e fervorosas orações que dirijo a Deus diariamente, para que Ele conserve meus bons pais ainda por muito tempo. Enquanto isso, aceite com afeto, querido papai, a garantia de que, beijando-lhe respeitosamente as mãos com a mais profunda veneração, serei durante toda a minha vida, amado papai, sua filha obediente
Leopoldina
Fonte: Livro Cartas de uma Imperatriz Editora Estação Liberdade
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